no cimo da montanha está o mesmo sol,
mas o sonho desfez-se nas águas do rio.
calmo, brilhante e fresco, ele desliza pelo leito
de areia e lage polidas
como um corpo à mercê de mãos que o vão moldando com carícias
não vale a pena dizer que lamento todas as lágrimas.
elas tinham de ser choradas, secar na tua pele,
temperá-la com o sal da tristeza.
no fim são sempre lágrimas e tristeza por companhia
e as estações passam e partimos ambos.
por vezes regressamos a partes de nós, aqui
(mas nunca é a mesma coisa).
apenas ficaram sombras.
regressamos