sexta-feira, 29 de abril de 2011

e-mail V


pensei em ti como um oásis.
que imagem batida, chumbada em nós:
tu o meu oásis, eu o teu.

vou-te secar com a minha sede, até não restar mais gota, veio, humidade.
vou-te cercar, impedir que outros te encontrem, te visitem, bebam de ti.
vou apagar a tua beleza, reduzir-te à areia do deserto que te envolve.
vou fazer isto tudo porque, confesso, quero-te só para mim.

porém, se fizesse isso,
não podia mais beijar a tua frescura ou acariciar o teu espelho;
banhar-me em ti, deixar-me envolver pelo teu abraço, adormecer à tua sombra.
não entendo esta paixão que se afoga, que se queima, que se imola.

se fizesse isso,
matava-te e depois morria

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