quarta-feira, 26 de outubro de 2011

na caixa


chuva cai, chuva lava. chuva começou a cair com inesperada violência, desolando a cidade - imagem de filme triste. chuva que não lava a frustração que existe aqui: continuo fechado na caixa. quando penso que a saída está ali, uma cortina desce á bcoa de cena e reenvia-me para os bastidores, sem aplausos, sem pateadas, com sorrisos neutros nos rostos. ali, procuro resposta às questões, sempre as mesmas, às vezes com roupas diferentes, a chuva cai palpitante e encharca a cidade... o som dos pingos a cair nas vidraças, os pés que pisam as poças de água no chão. pingos, pingos e mais pingos. agachado na caixa, fechado, imagino: um dia vi-te e convidei-te para um passeio na praia. começou a chover e corremos a refugiar num abrigo. rimos com a boca e com os olhos - rimos um para o outro. a chuva era um sol radioso que se dispersava à nossa rota em gotas de luz.
a chuva não lava nada importante

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

bad song


you will never love me,
though I wish you would,
in this life we're not to be,
next time perhaps we could.
i saw you today,
strolling in the park,
followed you at a distance,
kept myself in the dark.
once my heart was divided
between two hearts of a kind,
guess it was my fault,
couldn't make up my mind.
so i let you drift away,
i simply saw you pack and go,
take every worthy moment with you,
putting an end to the show,
and I know,
you'll never love me,
though I really wish you could
in this life we're not to be,
next time perhaps we would...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

até quando?


agora vives comigo, todos os dias, tu e eu, no meu pensamento. levanto-me contigo, adormeço ao teu lado, envolves-me, veludo, quente, sensual, intenso, raio de luar. no teu ondular, - mar, -sustentas, convidas, dás-te a provar, depois recuas, escondes. mistério, - o beijo, - o teu beijo, o teu sabor, prolongado, intenso e húmido... não vou esquecer. até quando viver assim, dominado por ti?

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

bendito o que dá


penso em ti,
insistentemente penso em ti,

vieste ocupar o meu espírito:
o teu corpo, os teus olhos, a tua boca

perco-me na tua boca, nos teus lábios cheios,
no teu sabor

em todo o teu sabor, conheço-te,
na tua entrega antecipo

o desatino que é não te ter aqui, sempre, presente

bendito o que dá, exigindo em troca,
porque dele será o reino do amor