quarta-feira, 26 de outubro de 2011

na caixa


chuva cai, chuva lava. chuva começou a cair com inesperada violência, desolando a cidade - imagem de filme triste. chuva que não lava a frustração que existe aqui: continuo fechado na caixa. quando penso que a saída está ali, uma cortina desce á bcoa de cena e reenvia-me para os bastidores, sem aplausos, sem pateadas, com sorrisos neutros nos rostos. ali, procuro resposta às questões, sempre as mesmas, às vezes com roupas diferentes, a chuva cai palpitante e encharca a cidade... o som dos pingos a cair nas vidraças, os pés que pisam as poças de água no chão. pingos, pingos e mais pingos. agachado na caixa, fechado, imagino: um dia vi-te e convidei-te para um passeio na praia. começou a chover e corremos a refugiar num abrigo. rimos com a boca e com os olhos - rimos um para o outro. a chuva era um sol radioso que se dispersava à nossa rota em gotas de luz.
a chuva não lava nada importante

Sem comentários:

Enviar um comentário