segunda-feira, 22 de abril de 2013

regressar



no cimo da montanha está o mesmo sol,
mas o sonho desfez-se nas águas do rio.
calmo, brilhante e fresco, ele desliza pelo leito
de areia e lage polidas
como um corpo à mercê de mãos que o vão moldando com carícias


não vale a pena dizer que lamento todas as lágrimas.
elas tinham de ser choradas, secar na tua pele,
temperá-la com o sal da tristeza.
no fim são sempre lágrimas e tristeza por companhia

e as estações passam e partimos ambos.
por vezes regressamos a partes de nós, aqui
(mas nunca é a mesma coisa).
apenas ficaram sombras.
regressamos

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